quarta-feira, 14 de maio de 2008

||| Mudanças.

O «Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos» mudou de casa. Agora está no SAPO. Agradeço a todos os que por aqui passam habitualmente o incómodo de alterar o endereço. http://hojehaconquilhas.blogs.sapo.pt/

||| Trivialidades.

O primeiro-ministro fumou um cigarro, após o jantar, a bordo de um avião fretado a caminho de Caracas. O facto foi notícia do dia. Meteu declarações comoventes de todos os partidos da oposição e chamaram-se os constitucionalistas a depor, como se estivéssemos à beira de um golpe de Estado. Feliz país que se pode dar ao luxo de se centrar em tais trivialidades.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

||| A vingança de Menezes.

Começou hoje a «caminhada» para o Europeu de Futebol de 2008 com a apresentação dos seleccionados. A partir daqui, os debates dos candidatos à presidência do PSD e o próprio Congresso podem ser interrompidos, a qualquer momento, por uma declaração de Scolari ou por uma lesão de Miguel Veloso. Não entro em linha de conta com os directos da chegada a Viseu de Cristiano Ronaldo. Eleições internas no mês de Fátima e do Futebol é obra.
(Adenda: o Congrsso do PSD está marcado para 20 a 22 de Junho, entre os quartos e as meias finais do Europeu).

||| Treinador de sofá.

Hoje ao fim da tarde ouvi, na Antena 1, Medeiros Ferreira falar do «seu» Benfica, da despedida de Rui Costa, e do apoio dos adeptos. Foi tão enternecedor que, se não soubesse, teria concluído que o Benfica tinha ganho a Taça de Portugal, o Campeonato Nacional e a Taça dos Campeões Europeus.

||| Quando a memória nos atraiçoa.

O título O Independente foi a leilão. O melhor lance não foi além de 1 100 euros. Uma pechincha. Ninguém quis queimar as mãos. Como escreveu Constança Cunha e Sá, na altura: «O fim de O Independente corresponde ao fim de um ciclo que, de certa forma, se encerrou com a queda do cavaquismo e que, agora, se revela em todo o seu esplendor, com o vazio que se instalou na direita depois dessa experiência traumatizante que foi o governo do dr. Durão Barroso e a sua agonia final que ficou, premeditadamente, a cargo do dr. Santana Lopes

sábado, 10 de maio de 2008

||| Pessimismos.

Na sua crónica de hoje, sábado, Vasco Pulido Valente escreve sobre futebol, tema pouco usual nas suas ladainhas pessimistas. Assume-se como benfiquista desde o berço. Mas, apesar de usar, como sempre, com rigor a imprecisão, pela primeira vez, o seu pessimismo faz sentido.

||| Tirem o cavalo da chuva.

Os obamistas, quer os que têm direito a voto, nos Estados Unidos, quer os seus partidários na Europa (onde o leque está todo aberto, da extrema-esquerda à direita liberal), em «nome do interesse» dos Democratas norte-americanos, apelam à desistência da senhora Clinton. Mas ela vai fazer suar as estopinhas ao seu adversário até ao último minuto. E, como diz a sabedoria popular, até ao lavar dos cestos é vindima.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

||| Inacessível?

O blogue da cubana Yoani Sánchez continua inacessível. Será que Raul Castro está farto de abusos?

(Adenda: o blogue já está acessível, apesar de Yoani ainda não estar autorizada a viajar até Madrid para receber o Premio Ortega y Gasset).

||| Memória curta.

O efémero tomou conta dos nossos dias. A memória encurta cada vez mais. Há dois meses a «revolta» dos professores encheu Lisboa, «abanando o regime» e, sobretudo, a ministra da Educação. A «rua», durante uma dezena de dias, «parecia» querer decidir o nosso destino político. A vertiginosa agenda política reduz tudo a cinzas. Ontem, por exemplo, tivemos director da polícia judiciária de fricassé.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

||| Livros.

O Maio de 68 explicado a Nicolas Sarkozy, de André Glucksmann e, seu filho, Raphaël Glucksmann. Tradução de Rui Santana Brito. (Guerra & Paz, Maio de 2008).

||| Maio, maduro Maio [2]

Menos de 40 anos depois da morte de Karl Marx (e vinte e poucos anos depois da morte de Engels), consumou-se a primeira tomada do poder pela «classe operária», concebida e dirigida por Lenine. Em 1917, na Rússia czarista e feudal. Trinta e poucos anos depois, em nome da Marx e Engels e com os contributos de Vladimir Ilitch Uliânov, consumou-se a segunda tomada do poder pela «classe operária». Em 1949, na China imperial e feudal. O que unia, no começo do século XX, a Rússia e a China, era modo de produção asiático, como o próprio Marx caracterizou. Asiático e feudal, na China, feudal e asiático, na Rússia. Marx concebeu a revolução proletária como consequência natural do modo de produção capitalista. Na Inglaterra, na Alemanha, na França. Aqui, a revolução industrial tinha produzido uma classe operária despojada de tudo, maioritária entre todas as classes sociais e que nada tinha a perder senão as amarras à miséria e à opressão. Mas, por ironia do «destino», as revoluções «proletárias», em nome de Marx, aconteceram em países com uma classe operária residual e quase inexistente. O resultado não podia deixar de ser o que foi. Por isso, não é de estranhar que os partidos comunistas que encabeçaram estas duas revoluções, cada um num momento próprio, tenham concluído que era necessário fazer marcha atrás e desenvolver, primeiro, o modo de produção capitalista, como etapa necessária para a iniciar a construção do socialismo. (o próprio Lenine tinha chegado a esta conclusão e, por isso, lançou a Nova Política Económica, abortada por Staline com o fuzilamento de milhões de camponeses). O PC da URSS, com Gorbachov, não se considerou capaz de dirigir o processo de desenvolvimento capitalista e entregou o poder a quem fosse capaz de tal tarefa. Ao contrário, o PC Chinês considerou que era capaz de dirigir a etapa do desenvolvimento capitalista. É necessário desmistificar o óbvio: a «ditadura do proletariado» em sociedades praticamente sem classe operária foi, quer num caso, quer noutro, a ditadura de um partido e não a ditadura de uma classe. Mas, agora, no século XXI coloca-se uma questão nova: onde é que está a classe operária do século XIX, a classe operária analisada por Marx? Os comunistas portugueses, a avaliar pelo eixo de gravidade das suas lutas, acham que a «nova» classe operária são os trabalhadores da Função Pública, maxime os professores. Ainda não perceberam que Cristo morreu, Marx também e eu próprio já não me sinto nada bem ....
(PS: estes textos - Maio, maduro Maio - são a resposta a algumas questões que me são colocadas por email.)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

||| Agressões e violação de espaço público.

Volto à esquadra da polícia de Moscavide. O Francisco tem razão: parece que o «então queixoso» deve ter concluído: se foi espancado dentro de uma esquadra da polícia, por apresentar uma queixa contra os agressores, o que lhe acontecerá fora da esquadra, caso persista na queixa e na identificação dos agressores. Não há queixa, não há crime. Esqueçam o assunto.É precisamente este desleixo que provoca o sentimento de impunidade. Que provoca insegurança. Mas, afinal, não foi invadida uma esquadra da polícia, símbolo da autoridade, da ordem e da segurança pública, competências atribuídas ao Estado? E o Estado (o Ministério Público) lava as mãos porque um particular, com razão para estar assustado, não apresenta queixa?

||| Só chegaram a esta conclusão agora ?

||| Maio, maduro Maio.

Enrique Vila-Matas escreveu: «Temo que nunca se saberá o que foi Maio de 68 e se essa revolução pertence à cultura francesa ou melhor – como suspeitam alguns – à civilização chinesa.» (artigo integrado no Écrire, Mai 68, Paris 2008, transcrito pela revista FP, edição espanhola). Esta frase curta sintetiza a influência (e os elos de ligação: juventude, estudantes, luta contra a autoridade e o poder) do «Maio de 68» com a «Revolução Cultura» chinesa (Grande Revolução Cultural Proletária), lançada dois anos antes, em 1966. De qualquer modo, quer um, quer outra – o «Maio de 68», em França, e a «Revolução Cultural» chinesa – produziram consequências irreversíveis, cada uma no seu «mundo», apesar dos objectivos serem diferentes. Na China, Mao Tsétung, após iniciar o combate ideológico contra o PC da URSS, necessitou de «desovietizar» o aparelho do PC Chinês e dar-lhe novos rumos. Para além da luta pelo poder interno, na altura, as consequências estão à vista: o PC Chinês mantém-se, ainda, no poder, enquanto PC da URSS fez implodir a pátria do «socialismo». No «mundo capitalista», depois do «Maio de 68», também nada ficou como antes, apesar da estrondosa derrota eleitoral da esquerda nas eleições para Assembleia Nacional convocadas por De Gaulle, em finais de Junho de 1968. Já li algures, acertadamente, que o feliz casamento de Sarkozy, presidente da República Francesa, com Carla Bruni, só foi possível graças ao «Maio de 68». E a vida continua…

quarta-feira, 30 de abril de 2008

||| Disparate com dispare se paga.

A história conta-se em poucas linhas: Mora, desde meados do século XIX, pertence ao «distrito» de Évora. As sintonias adquiridas e a proximidade geraram, naturalmente, uma relação de afecto, para além da cultural e funcional. Agora, algum «iluminado» em «planeamento do território» decidiu que Mora passaria a pertencer ao «distrito» (Nomenclatura de Unidade Territorial, como se diz) de Portalegre. O disparate é de tal ordem que, hoje, duas mil pessoas (num concelho com 6 mil habitantes), encabeçadas pelo presidente da Câmara, o comunista José Manuel Sinogas, vieram para a rua, com razão, exprimir o seu descontentamento pela a decisão e cortam, simbolicamente, a estrada nacional. Mas ao disparate, José Manuel Sinogas, respondeu com outro disparate (esforçando-se por aplicar a actual linha política do partido) : «É um acto fascista o que estão a fazer ao Concelho de Mora». Será que o presidente da Câmara de Mora, um membro do partido comunista, não sabe o que foi o fascismo? Fica-lhe mal!

||| Treinador de sofá.

Avram Grant destronou hoje o «Special One». O Chelsea está na final dos Campeões Europeus.

||| Marketing político.

Depois da notável entrevista, ao Público, de Cunha Vaz, sobejamente comentada, é notável a serenidade de Luís Paixão Martins que se esforça por demonstrar, há muito tempo, que a beira da estrada nada tem a ver com a estrada da Beira.

||| Morram de fome, mas milho marado, nunca!

Agora que a fome aperta, os tais activistas contra o milho marado escondem-se na toca.

||| Diálogos absurdos.

- Para onde fugiu o cabrão?

- Entrou na esquadra da polícia.

. - Na esquadra da polícia? Vamos lá dar-lhe um enxerto de porrada para ele aprender.

- Dentro da esquadra?

- Sim! Senão ele ainda pensa que não está no Brasil.

(Aparte o «diálogo»: o agredido (dentro da esquadra da polícia) deve conhecer os agressores (já tinha sido agredido fora da esquadra). Passados dois dias, não há notícias da detenção dos agressores? É esta impunidade que gera a insegurança.

terça-feira, 29 de abril de 2008

||| Recados aos candidatos à presidência do PSD.

Cavaco Silva, o presidente eleito pelo PSD, está de acordo com a política do governo quanto à contenção do deficit e espera que tal política não se altere: «Espero que o governo esteja atento a essa matéria e não se vá regredir novamente para a ordem dos 3,0 por cento», afirmou hoje. Mais: o Presidente da República é de opinião que a economia portuguesa, hoje, tem uma «capacidade de resistência melhor do que noutras ocasiões».

||| A fruta está madura.

Foram hoje entregues no Tribunal Constitucional 8 400 assinaturas para dar início ao processo de constituição do em novo partido político – o Movimento Mérito e Sociedade. Eduardo Correia, fundador do novo partido, «não se revê nas orientações políticas nem da Esquerda nem da Direita». Hoje, ao contrário de há cinco ou dez anos, no estado em que se encontra o CDS/PP e o PPD/PSD, a fruta começa a estar madura. Este (ou outro) partido novo pode ser a grande surpresa eleitoral de 2009. A ver vamos.

||| Celeridade chinesa.

A agência Nova China noticiou que o tribunal de Lassa condenou 17 tibetanos envolvidos nos distúrbios de 14 de Março a penas de prisão entre os 3 anos e perpétua. Os 17 condenados foram acusados pela «justiça» chinesa na morte de 18 civis e de 1 polícia, ferimentos em 382 civis e 241 polícias, incendiado sete escolas, cinco hospitais e 120 habitações e pilhado 908 lojas. A notícia da condenação não surpreende, como não surpreendem os factos imputados aos condenados. O que realmente me surpreende é o facto do deputado do PCP Bernardino Soares ainda não ter tecido o seu aplauso à celeridade da «justiça» chinesa em contraste com a «morosidade» da justiça portuguesa. Prender, investigar, acusar e condenar num mês só é possível nos regimes «democráticos» que o PCP nos quer dar.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

||| PSD.

Manuela Ferreira Leite apresentou, hoje, a sua candidatura à presidência do PSD. Do discurso, registo o mais fácil de entender: não se candidata «por ambição política ou vaidade».

sexta-feira, 25 de abril de 2008

||| Novos paradigmas.

Cavaco Silva, no seu discurso comemorativo de hoje, dissertou sobre um inquérito aos jovens. O Presidente da República mostrou-se perplexo perante os resultados: «O estudo colocou aos inquiridos três perguntas muito simples: qual o número de Estados da União Europeia, quem foi o primeiro Presidente eleito após o 25 de Abril e se o Partido Socialista dispunha ou não de uma maioria absoluta no Parlamento. Pois, Senhores Deputados, metade dos jovens entre os 15 e os 19 anos e um terço dos jovens entre os 18 e os 29 anos não foi sequer capaz de responder correctamente a uma única das três perguntas colocadas.» Com perguntas destas, ninguém acerta, obviamente. Nem nos programas do Malato que dão dinheiro pelas respostas certas. Experimentem perguntar aos manifestantes que hoje desceram a Avenida da Liberdade em que ano estreou o filme Blade Runner ou se Mick Hucknall é ou não o vocalista dos Simply Red. O resultado é o mesmo. Estamos apenas num tempo de mudança de paradigmas políticos, culturais e comunicacionais. (Ou, numa versão mais radical: se os políticos não nos ligam pevide porque razão havemos nós de conhecer as suas vaidades… ou, ainda, façam mais «experiências» na Educação e vão ver onde vamos parar...)

||| Azul, Ricardo Paula.

Ricardo Paula, pintura, na Galeria S. Francisco (Rua Ivens, 40 (ao Chiado), Lisboa), de 10 de Maio a 12 de Junho.
(Títulos das telas aqui pré-reproduzidas, por ordem: Rei, capitão, ladrão. O longo passeio na primeira luz. Azul.)

||| Agenda cultural [15]

Ofício diário, pintura de Torquato da Luz, até 12 de Maio, na Junta de Freguesia de S. João de Brito, Rua Conde Arnoso, 5-B, Lisboa.

||| Sem título.

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, 23 de abril de 2008

||| Quem me avisa meu amigo é?

O «Tratado de Lisboa» (ou o que quer que seja, já que 99,9% dos portugueses, tal como eu, não o leram) foi aprovado na Assembleia da República. Avisam-me que isto é uma maldade. E porquê? Porque a «perda de soberania» devia ser submetida a referendo. E quem me avisa sobre a «perda de soberania»? Exactamente os mesmos que, em 1968, exigiram (ou aplaudiram) a entrada dos tanques soviéticos nas ruas de Praga, espezinhando a soberania checoslovaca. E quem me avisa sobre a necessidade de referendar o «tratado»? Os mesmos que há pouco mais de um ano não queriam que se realizasse um referendo sobre a despenalização do aborto (depois da rejeição num primeiro referendo), mas a aprovação da lei na Assembleia da República. Afinal, quem me avisa não acredita que o muro de Berlim caiu, como não acredita na corrupção em Angola. Outros, ainda, avisam-me que, mesmo sem referendo, o «tratado» devia ter sido mais «discutido». Pergunto: por quêm? Por meia dúzia de «especialistas», em linguajar hermeticamente fechado, nos Prós e Contras ou na Casa do Povo da Marmeleira? E, por aqui me fico, com uma frase obreirista de um velho caldeireiro da Lisnave: não recebo lições de quem sabe mais do que, mas de quem faz melhor do que eu.

||| Excitações.

Vasco Graça Moura é um optimista descontrolado, sobretudo quando faz uso dos seus dotes político-partidários. No DN de hoje, ele anuncia a aproximação de «duas vagas de fundo». A primeira vaga levará na crista Manuela Ferreira Leite à presidência do PSD; a segunda, ainda maior - «uma vaga de fundo no exterior do PSD» -, levará, então, a futura presidente do PSD à chefia do Governo. Pela pena de Vasco Graça Moura descobre-se, assim, que o PSD não anda pelas ruas da amargura. Está na praia à espera que surjam as duas vagas. Porque, segundo as previsões, «o ponto de encontro dessas duas vagas de fundo chama-se vitória». O perigo da previsão meteorológica de Vasco Graça Moura reside na possibilidade do desencontro das anunciadas duas vagas de fundo poder partir o PSD ao meio.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

||| Portugal dos pequeninos.

«Há qualquer coisa no português que se manifesta como uma complacência paralisante, a complacência no pequeno. É esse o nosso mundo, e o nosso mundo tem que ser pequenino, e nós nos fazemos pequeninos como nosso mundo»
Entrevista de José Gil (1939, Moçambique).

||| Ver mais de um palmo à frente do nariz.

Vital Moreira tem razão quando esclarece sobre «o indisfarçado contentamento que se manifesta em alguns círculos socialistas com as desventuras do PSD». Desculpem-me o desaforo, mas há tontos em todo lado…

||| Jornalismo e jornalistas.

Depois de uma pausa, retomo a conversa com uma sugestão de leitura que me parece estar a ser ignorada: a entrevista de Jeff Jarvis, hoje, no P2 do Público. É qualquer coisa entre o visionário e uma análise despretensiosa da realidade, na linha do seu blogue, o BuzzMachine .

segunda-feira, 7 de abril de 2008

||| Treinador de sofá.

Estamos no começo de Abril e o F. C. Porto já ganhou o campeonato nacional (os meus parabéns a todos os portistas). O Sporting, este fim-de-semana, conseguiu subir de 5º para 4º e voltou à luta pelo 2º lugar. Se acabar o campeonato em 2º lugar e chegar à final da Taça UEFA, Paulo Bento ganha o direito a mais um ano à experiência. Caso contrário, o melhor é assinar contrato com o Carcavelinhos antes que o lugar seja ocupado. Já basta um Chalana na Segunda Circular.

||| Leituras.

As tentações do êxito, Francisco Sarsfield Cabral, Público de 07.04.08 (sublinhados meus).
«(...) o essencial está em que, pela primeira vez na história da democracia portuguesa (e não apenas desde o 25 de Abril), estamos a caminho de pôr ordem nas contas públicas. Há 80 anos, Salazar iniciou esse caminho e teve sucesso - mas à custa da liberdade. Em dois anos o défice baixou de 6,1 por cento do PIB para 2,6 por cento, uma descida mais rápida do que a prevista pelo próprio Governo. Algo inédito na União Europeia e considerado até há pouco impossível por muitos analistas. »

sexta-feira, 4 de abril de 2008

||| Qualidade da democracia e qualidade do Parlamento.

É notório que a oposição – as oposições – está desfalcada de argumentos para questionar o governo. Só isso explica o tema da interpelação de hoje na Assembleia da República: a qualidade da democracia. Mas, pior que o tema, foram os casos apontados: Helena Pinto, do BE, lembrou as deslocações de polícias a um sindicato dos professores; pelo CDS-PP, «a deputada Teresa Caeiro, que se apresentou como alguém “entre os 30 e os 40 anos” que “nunca fez greve” mas que a defende como “um direito”, contestou a utilização, para avaliação de desempenho em vários centros de Saúde de Lisboa, do número de dias de greve». As notícias não nos dão conta de outros casos. É pouco, sobretudo para daí extraír «mediáticas» conclusões políticas: «A democracia não está morta, mas está em agonia», como declarou o social-democrata Montalvão Machado. Esta pobreza diminui a Oposição, o Parlamento e os Deputados da Nação.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

||| Agenda cultural [14]

IN JAZZ: no Teatro Aveirense, de 4 a 12 de Abril. (via Três Tristes Almas Contestes)

||| Adopção e custas judiciais.

O Governo descobriu mais uma fonte de receitas: quem estiver interessado em adoptar uma criança paga 576 euros de custas judiciais. Alguém tem de introduzir sensibilidade social na nomenclatura do ministério das Finanças, senão ainda aparecerão propostas mais «arrojadas»…

||| Dois coelhos (António Costa e Sá Fernandes?) de uma cajadada.

Não conheço os pormenores, mas Vital Moreira não deve gostar de António Costa: com esta proposta, parece querer afundar, financeiramente falando, mais do que já está, a Câmara de Lisboa. Transfiram para os lisboetas os encargos que indevidamente estão a ser suportada por todos os portugueses... é bem urdida.

||| Revista Atlântico.

Não acreditam nas consequências económicas da descida de 1% do IVA e, depois, não se venham queixar.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

||| O PCP e o terrorismo.

As FARC – um grupo terroristas que o «nosso» PCP integra nas forças da «revolução mundial» - sequestrou há seis anos Ingrid Betancourt, uma senhora que no exercício dos seus direitos democráticos se apresentou como candidata à presidência da Colômbia. Ingrid Betancourt, após este tempo num campo de concentração das FARC, está num estado de saúde muito complicado. Há múltiplos esforços internacionais para salvar a vida desta vítima do terrorismo. O meu «instinto» diz-me que, se algo correr mal, o «imperialismo internacional» vai ser responsabilizado pelo PCP pela morte de Betancourt. No caso de o desenlace ser feliz, o Avante tecerá loas ao «humanismo» das FARC. Mas, sejamos pragmáticos: tudo isto não tem importância. O que conta nas salas de reunião do hotel vitória e nos meandros da oposição é que o PCP meteu 100 000 professores na rua.

||| Humores.

Ana Gomes diz que Jaime Gama fez «humor negro» ao elogiar Alberto João Jardim. Salvo o devido respeito, está enganada na cor do humor de Jaime Gama. Desta vez, o humor foi branco. Humor negro foi há uns anos quando comparou Jardim a Bokassa.

|||O socialismo está na moda?

Em Portugal, todos os partidos políticos são socialistas, menos o partido do governo? Esta unanimidade só tem um paralelo: o ano de 74, em que todos os partidos apoiavam o MFA.

||| Boas notícias.

A revista LER, com regresso da edição impressa marcado para o final deste mês, já está na blogosfera.

||| Afinal havia outro.

Segundo o Correio da Manhã, Santana despediu António Borges: «o Governo de Pedro Santana Lopes informou, no final de 2004, a Goldman Sachs (GS), banco de investimento britânico do qual António Borges era managing director, de que pretendia denunciar o contrato de consultoria financeira que tinha com a instituição, no âmbito da reestruturação do sector energético

||| Dia das mentiras.

Como escreve o Eduardo Graça, com sentido de oportunidade, esta é a mentira de 1 de Abril.

domingo, 30 de março de 2008

||| Não se paga! Não se paga. *

Esta história de todos pagarem os impostos que são devidos parece que começa a ser a sério. Os trabalhadores por conta de outrem já se sentem mais acompanhados. É tempo do resto da maralha contribuir para este peditório.
(* Peça de teatro de Dario Fo).

||| Um açoriano na Madeira.

Jaime Gama foi à Madeira tecer rasgados elogios ao Presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, pelo exemplo democrático, pela autonomia e pela obra feita. Jaime Gama mediu as palavras que proferiu, uma a uma, e não exagero se disser que adivinhou as reacções dos socialistas madeirenses. E como se deve ter divertido.